21 de junho de 2013

Opinião pessoal sobre o canário silvestre

Por Francisco Aroca Montolio
Tradução: Diogo Santana

Permita-me agora que lhe  dê a minha opinião pessoal sobre o canário silvestre,  parece-me  também fundamental  nesta  vida o respeito pelos outros que não tenham  a mesma opinião, o respeito é  fundamental entre  as pessoas  sem menosprezar aqueles que  pensam de forma diferente.
A minha linha de canto timbrado espanhol actualmente tem nove ou dez gerações  de canário silvestre,
como todos bem sabem e como eu já disse várias vezes, com outros cruzamentos  que eu pensava oportuno para melhorar geneticamente os meus canários. Tento, como  muitíssimos outros criadores, fazer  os meus cruzamentos com o melhor de cada exemplar para obter o  máximo potencial genético de cada um  deles  e fazer um  pássaro que cante a meu gosto e não ao gosto de um certo juiz  e, portanto, melhorando as qualidades genéticas de pássaros que eu quero.
Na minha  casa entraram cruzamentos de canários silvestres
 porque vi que eles poderiam contribuir com alguma coisa de  positivo e também ter a sorte  de alguns meus amigos terem incorporado  alguns canários silvestres com fêmeas e machos da minha linha, portanto tenho ganho muito e avançado, por saber de onde vêem. Amigos meus deram-me  8 canários silvestres puros, para lhes observar as suas aptidões canoras e em nenhum deles vi boas condições  para os  cruzar com algumas das minhas fêmeas, posso-lhes dizer que  qualquer um deles se tivesse tido boas qualidades canoras e ao mesmo tempo genética que eu quero para poder ser um bom  progenitor, tinha-lhe posto a melhor fêmea do meu aviário.
Para  começar um bom trabalho desde o  principio, não era possível,  pois eram pássaros com uma siringe e  sacos aéreos que não eram óptimos para as minhas exigências canoras e também genéticas. Eram passaritos muito nervosos com um ritmo de canto bastante acelerado ou  rápido,  recortando muito o canto por carecerem, como disse anteriormente, de uns bons sacos aéreos e  uma boa siringe. Como  bem sabem, estas qualidades transmitem-se  geneticamente , como é óbvio, trabalhando estas qualidades com uma linha de canto timbrado espanhol com alguma qualidade aceitável, e com o tempo ao se afastarem  muito do  canário silvestre, vão melhorando os  seus  dotes canoros, e assim,  cada criador vai tirando partido desses cruzamentos.
Faço-lhes a  seguinte pergunta, se para vós o canário silvestre é uma maravilha, o que para mim é  muito  respeitável, porque não se fez ao longo da história um código Standard e ficha de canto para este passarito  como fizeram para  o roller, o malinois e para  o nosso  querido canto timbrado espanhol e outras  raças  de silvestres que como  bem sabem tem o seu  código de canto e ficha de julgamento como é o caso do pintassilgo, do pintarroxo, da milharinha ou chamariz, do verdilhão  e do tentilhão. Posso-vos dizer  porquê, porque o  canto é normalíssimo  e não tem aptidões  canoras suficientes para que se possa fazer  um código e Ficha de Julgamento. Este passarito costuma ser mais  utilizado é  para renovar sangue.
Vocês sabem! Que  quando  ouvi este  pássaro cantar pela primeira vez fiquei bastante decepcionado, esperava ouvir  uns bons cloqueios, umas  boas águas, umas boas compostas ou variações conjuntas, umas boas castanholas, uns  bons cascavéis, etc.etc.etc,
e ainda  muito menos ouvir, como alguns técnicos dizem, esses  floreios espectaculares tipo rouxinol, melro, etc.etc.etc, pois nada de nada, contudo desses  simpáticos passaritos só lhes resta alguns bons  timbres e outros  maus, riscadas nem vos  conto, de “ch” e renideros nem vos digo, mas nesta vida tudo se tem que respeitar , quem os tiver por  bem que os utilize e os  trabalhe e os cruze e àqueles  que não lhes  interesse  trabalhar  nem cruzá-los  muitas vezes, são na mesma respeitados.
Saibam vocês que a minha pouca experiência com os cruzamentos da milharinha ou chamariz, como bem sabem, é da família dos serinus e portanto fértil, sabendo-se trabalhar e sabendo-se realizar bons cruzamentos, se pode chegar a um resultado igual ou melhor que cruzando com um canário silvestre, portanto deixamos que cada criador cruze ou não cruze com o que julgar conveniente  e que   sejam felizes, sempre será o juiz o mais adequado par ouvir o exemplar  encima da mesa e  aplicar o código que estudou e não o seu  código pessoal, se é um  canto timbrado espanhol ou não.





Comissão Técnica de Canários da Raça de Canto Timbrado Espanhol